quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Hubble Parte 3

A odisseia pelo financiamento


O continuado sucesso do programa OAO encorajava um forte e cada vez maior consenso entre a comunidade astronômica de que o LST devia ser a meta principal. Em 1970 a NASA estabeleceu dois comitês, um para planejar os aspectos de engenharia do projeto, e o outro para estabelecer metas científicas para a missão. Uma vez estabelecidos esses comitês, o desafio seguinte da NASA seria obter financiamento para a construção deste instrumento que seria, de longe, muito mais caro que qualquer outro telescópio terrestre. O Congresso estado-unidense questionou muitos aspectos do orçamento proposto para o telescópio e impôs cortes orçamentais nas fases de planejamento que, na altura, consistiam em estudos muito detalhados sobre quais instrumentos e hardware deveriam ser incluídos no telescópio. Em 1974, cortes no setor público instigados por Gerald Ford forçariam o Congresso a cortar todo o financiamento para o projeto.

Em resposta ao sucedido, surgiu um esforço internacional de pressão coordenado entre astrônomos. Muitos encontraram-se pessoalmente com congressistas e senadores, e muitas campanhas de baixo-assinado foram organizadas. A Academia Nacional de Ciências publicou um relatório enfatizando a necessidade de um telescópio espacial, e eventualmente o Senado teria concordado com um orçamento que seria metade daquele que o Congresso recusara.

As dificuldades em obter o financiamento levaram à redução da escala do projeto, reduzindo o diâmetro do espelho de 3m para 2,4m, quer para reduzir custos, quer para permitir uma mais compacta configuração do hardware telescópico. Foi descartado um protótipo de menores dimensões (1,5m), que seria concebido para testar os sistemas a utilizar no satélite principal, e as preocupações com o orçamento despertaram a colaboração da Agência Espacial Europeia. A ESA concordou em fornecer alguns dos instrumentos para o telescópio, bem como as células solares que lhe iriam fornecer energia, suportando também 15% dos custos, em troca da garantia de 15% do tempo de observação para astrônomos europeus. O Congresso aprovaria o financiamento de 36 milhões de dólares para 1978, e o desenho do LST iniciou-se de imediato, agendado o lançamento para 1983. Durante a década de 1980, o telescópio foi batizado em homenagem a Edwin Hubble, pelas suas descobertas revolucionárias no século XX, como a expansão do universo.


Polimento do espelho primário do Hubble feito pela Perkin-Elmer Corporation, Danbury, Connecticut, maio de 1979.




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