segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Octavius


Embora seja considerado mais lenda do que outra coisa, a história do Octavius continua a ser um dos mais famosos de todos os contos de navio fantasma. A estória tem início em 1775, quando um baleeiro chamado Herald deparou-se com o Octavius navegando sem rumo na costa da Groenlândia. Tripulantes do Herald foram à bordo do Octavius, onde descobriram os corpos dos passageiros e tripulantes congelados pelo frio ártico. Mais incrível, descobriram o capitão ainda sentado em sua cadeira enquanto escrevia em seu diário de bordo terminando um registro de 1762, o que significava que o Octavius ficou à deriva durante 13 anos. Segundo o documento, o Octavius havia ficado preso em uma geleira e se viu impossibilitado de escapar. A tripulação então foi obrigada a ficar à bordo pois não havia onde se refugiar. A anotação final tinha 13 anos e se encerrava com um pedido desesperado de ajuda a quem quer que pudesse ajudá-los. De acordo com a lenda, o Capitão do Octavius havia apostado que conseguiria retornar à Inglaterra por uma rota alternativa que cruzava a passagem Norte. Foi justamente ali que o navio ficou preso no gelo. Se o relato pode ser levado em consideração, o Octavius teria ficado preso enquanto seus tripulantes definhavam de fome e frio. Anos mais tarde, ele teria se libertado de sua prisão e navegado como um navio fantasma com a tripulação e capitão mortos há anos até ser encontrado pelo Herald.


Este navio foi descoberto a oeste da Groenlândia em 11 de Outubro de 1775. Uma equipe embarcou no navio que parecia abandonado, descobrindo que na verdade toda a tripulação de Octavius estava morta aparentemente congelada. O comandante foi encontrado em sua cabine também congelado com uma caneta na mão ainda escrevendo em seu diário. Ele estava acompanhado de uma mulher, uma criança coberta com uma manta e um marinheiro segurando um barril de pólvora. Os descobridores do navio o deixaram as pressas levando apenas o diário do comandante. Infelizmente, o estado congelado do diário só permitiu que se recuperasse a primeira e última página. O último registro do diário era datado de 1762 significando que o navio estava no mesmo estado de 13 anos antes de ser descoberto. Octavius havia deixado a Inglaterra para o Oriente em 1761 e o comandante optou por ir por uma rota mais curta, porém traiçoeira, através da até então invicta passagem do Noroeste. Acredita-se que o navio tenha ficado preso no gelo enquanto passava pelo norte do Alasca. A descoberta do navio significa que ele foi o primeiro a navegar pela Passagem do Noroeste, embora a tripulação não tenha sobrevivido para testemunhar isso. Presume-se que o navio se liberou do gelo algum tempo depois e navegou por 13 anos até que pudesse ser descoberto.

Octavius e sua tripulação morta nunca mais foi visto depois desse encontro.


Segundo a lenda um trecho do diário estaria escrito as seguintes palavras

Até agora, estamos presos no gelo por 17 dias. Nossa posição é de aproximadamente Longitude 160 O, Latitude 75 N. O fogo foi finalmente extinto ontem e o mestre vem tentando ligálo novamente, mas sem muito sucesso. Ele deu a pedra para um dos marinheiros. O filho do Mestre morreu esta manhã e sua esposa diz que ele não sente mais o frio. O resto de nós não sente o mesmo nesta agonia. "


A História Detalhada

Na manhã de 12 de Agosto de 1775, na Groenlândia a baleeira Herald conseguiu atravessar o gelo do Atlântico Norte quando o silêncio foi quebrado pelo grito do vigia. Frente e a Oeste, acima de um iceberg poderia ser a ponta dos mastros a cerca de 10 km de distância. Lentamente, uma escuna saiu de trás da massa de gelo e através do telescópio capitão do Herald constatou que não havia sinais de vida. As velas estavam esfarrapadas e ainda levantadas, todo o navio brilhava estranhamente ao sol, como se ele fosse coberto com uma geada.


O capitão escolheu oito homens para acompanhá-lo, e começou a remar chegaram à frente do barco onde, sob uma camada de gelo podia se ler o nome do navio, Octavius. Ninguém jamais tinha ouvido falar dele.

Com quatro homens o capitão decidiu subir a bordo. O deck do navio estava coberto pelo gelo e não havia nenhuma pessoa. Seguindo seu caminho através do gelo, eles decidiram ir até as cabines; onde eles encontraram congelados vinte homens. Cada um deitado em sua cama e coberto com camadas de cobertores e roupas. O frio tinha conservado os corpos em perfeito estado e parecia que só estavam dormindo.


Na cabine do capitão, o seu corpo estava sentado em uma cadeira em frente a sua mesa. Mãos Juntas em seu colo e a cabeça deitada em um dos seus lados com lábios
entreabertos. Em um estande atrás dele estavam mais três corpos. Uma mulher estava deitada em uma maca descansando a cabeça em seus braços, os olhos bem abertos, havia um homem sentado de pernas cruzadas em um canto do outro lado da sala. Em sua mão estava uma pedra e uma barra de metal. Em frente a ele, um punhado de serragem. A morte veio enquanto tinha tentado acender uma fogueira. Próximo a ele estava um casaco azul marinho, o capitão Warren levantou-o e debaixo dele encontrou o corpo de um menino abraçado a uma boneca de pano.

Em panico e ameaçando um motim os marinheiros do Herald exigiram de Warrem para sair do Octavius mesmo contrariado o Capitão foi pedindo que levassem o Diário que o capitão do Octavius estava escrevendo. Depois já no Herald Warren pode observar com um binóculo o Octavius partir sem um rumo certo até desaparecer no Horizonte e nunca mais ser encontrado.


Ao pegar o Diário Warren notou que só estava com a primeira e a ultima página, pois devido ao congelamento das outras páginas e por descuido do marinheiro que o havia pegado, acabou por deixar as demais páginas cair no mar. Warren ficou surpreso ao ver as coordenadas descritas na ultima página pois elas indicavam que ele havia encontrado o Octavius a milhares de quilômetros de distância daquelas coordenadas, ou seja o Octavius depois de 13 anos cumpriu o objetivo de seu capitão que era atravessar a passagem do Noroeste, mas infelizmente sua tripulação não sobreviveu.

Octavius deixou a Inglaterra em uma longa viagem ao Oriente em 1762 e estava voltando para casa quando o desastre aconteceu. Pensava-se que, em vez de tomar a longa e perigosa jornada em torno do chifre da América do Sul, o capitão cometeu o erro fatal de escolher tentar navegar pela lendária Passagem do Noroeste. Em seu caminho, o navio foi capturado pelo gelo e a seus tripulantes congelaram até a morte.

Tentei encontrar evidências de algum navio chamado Octavius, mas só o que encontrei foi essa história, também descobri que essa lenda, ou não, inspirou algumas outras com pequenas mudanças na história como os navios Gloriana, The Iceland Loafer, Jenny e segundos alguns o famoso Mary Celeste que em breve vai estar aqui no Blog também. As pequenas mudanças nos relatos, são quanto a localização do encontro e como no caso do The Iceland Loafer o capitão ao invés de estar escrevendo o diário está apontando a sua localização em um mapa.

O Octavius é destaque em uma missão naval no vídeo game Assassins Creed III , onde o personagem principal, Connor, está à procura de pistas sobre o paradeiro do tesouro perdido do Capitão Kidd.

Em 1906, 136 anos mais tarde, um outro navio, o Gjoa , liderado pelo explorador norueguês Roald Amundsen , conseguiu atravessar a Passagem do Noroeste.


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#naviofantasma
#ghostship

Um comentário:

  1. Essa é uma das lendas, ou não, que eu mais gosto! Obrigado pelo conteudo detalhado

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