terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Hubble Parte 6

Análise dos dados


A análise dos dados recolhidos pelo Hubble pode realizar-se através de vários pacotes, embora o STScI tenha concebido o STSDAS (Space Telescope Science Data Analysis System) especialmente para isso. Além de incluir todas as ferramentas necessárias ao processo de redução do pipeline (para os ficheiros em bruto), dispõe também de várias outras ferramentas de processamento de imagem, especializadas para o tipo de dados recolhidos pelo Hubble. O software é executado como um módulo do IRAF, um programa de redução de dados astronômicos muito popular que é executado em várias variantes de Linux e MacOS X.

Primeiras Imagens


Após sua montagem no espaço, em 1990 as estações em terra passaram a captar as imagens transmitidas ligeiramente embaçadas, e durante algum tempo pensou-se que se tratava de um limite de nitidez compatível com o pequeno diâmetro do espelho principal 2,40 m.

Essas aberrações focais encontradas eram comuns também nos telescópios terrestres, fato que animou os engenheiros que acreditavam ter resolvido um problema secular com o mecanismo de autofocalização adaptado nas lentes dos observatórios terrestres.


Erro fundamental


Enquanto partes do telescópio, como o grande espelho, foram idealizadas para captar ondas numa frequência visível, o restante das lentes foram projetadas para operar no infravermelho, isso é, a mesma radiação usada na visão noturna. Essa diferença nas distâncias focais foi a causa da miopia do Telescópio Hubble e enquanto não descobriam a causa, as imagens dos observatórios terrestres, obtidas com espelhos de 8 m de diâmetro, eram iguais ou melhores às do telescópio espacial (míope). O embaçamento tido como um efeito original só foi percebido algum tempo depois, ao checarem as informações com os fornecedores das lentes, o que causou grande dissabor por parte da comunidade científica, tendo em vista que a partir das primeiras imagens "notadamente borradas", se adiantaram defendendo teses e tecnologias fundamentadas no que viam.


Perdas irrecuperáveis


Muitos foram os transtornos causados pela miopia do Hubble, entre eles, o mais significativo foram as perdas irrecuperáveis para a ciência, devido à falta de acompanhamento da propagação da lâmina de luz que deu origem à supernova de 1987, ocorrida na Nuvem de Magalhães há 170 000 anos. Com o surgimento dos incomuns anéis em torno, vistos pela primeira vez em 1994 com suas lentes já corrigidas.

Esse, um fenômeno raríssimo no universo observável, acontecido nos quintais da Via Láctea, deixou a comunidade astronômica internacional sem respostas ao questionamento: os anéis são produto da explosão ou se já existiam antes?

O Telescópio Espacial Hubble visto do Ônibus espacial Discovery durante a missão STS-82.




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